O que há de novo!
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Resenha do romance Memórias quase póstumas de um ex-torturador, produzida por Lali Leal e publicada em sua página pessoal (http://devaneiosapoeticos.blogspot.com.br/)
Há mais de uma coisa que chama a atenção logo no título deste
livro. A referência à célebre obra de Machado de Assis é a primeira; o fato de
ser “quase” póstumas é a segunda; de serem memórias de um ex-torturador é a
terceira e mais intrigante, afinal, o que haveria de se procurar nas memórias
de um agente da violência dosporões da Ditadura que se poderia lhe aproximar em
título a Brás Cubas?
O fato é que nem quem for procurar neste Memórias quase póstumas um relato “sério” da página negra
da história político-social brasileira nem quem for apenas em busca de um
paralelo direto com o Memórias
póstumas machadiano o
encontrará. Se o livro se abre com uma intertextualidade latente no título,
logo ao início não se a acha, mas percebe-se uma narrativa em que o
personagem-narrador escracha-se, vulgariza-se, porém, mesmo falando no passado,
não tem a ciência nem a leveza de um morto. O autor não tem a audácia de
Machado invertendo a narrativa - do final para o início, e ainda intercalando
as reflexões - , conta sua história assim como estamos acostumados, do início
para o seu fim que, lembramos, ainda não é fato, mas é previsto pelo tumor
descoberto no cérebro. Mas a conta em fluxo de consciência a Deus e ao Diabo,
que o visitam para o acerto de contas final, embora o ex-torturador tenha
certeza de a quem pertence sua alma... E é desse encontro ironizado que se
denota o mérito da obra: aqui estará a profanação da tradição cristã na troca
de papéis (a que eles estabelecem por brincadeira com o ex-torturador e a que o
autor lhe confere pelo discurso) entre o filho sacrificado e o anjo decaído,
estará o seu não arrependimento latente, a sua avaliação altamente subjetiva da
ditadura, as análises, analogias, metáforas grotescas e originais de toda a sua
vida não-direcionada, de seu fim na velhice mas há muito numa vida sem rumo.
Aqueles primeiros leitores a que me referi, que procuram o “relato
sério”, rejeitarão a obra como um dia rejeitaramAlegria,alegria de Caetano e Quarup de Antonio Callado. Mas, como também
aconteceu com estes, poderão voltar atrás e perceber nessa voz do ex-torturador
não redimido as chaves para a compreensão e a crítica do pensamento da
repressão violenta que não podemos deixar cair no esquecimento: a trágica (e
muitíssimo grotesca) história da infância de Pedro, nosso ex-torturador, pode
ser lida muito mais do que como uma “desculpa psicanalítica” para o
inexplicável, mas como o próprio absurdo da violência pela violência, como o
alerta para nossos próprios atos, como uma metáfora de um país arcaico em seu
comportamento... e, por que não, como a ignorância (a do ridicularizada.
Da mesma forma, a subjetivação da análise das ditaduras – e esse é um dos
pontos históricos mais bem alinhados do texto: o torturador da Ditadura militar
aprende seu ofício na Era Vargas... – atravessa o superficial maniqueísmo e
toca muito menos pelo abjeto das torturas, pois ele quase não penetra essa
descrição, do que pela naturalização da conduta violenta, que se torna a sua
própria razão de existir.
Mas a narrativa de João Bosco Maia também guarda
surpresas. Se passamos a história toda tentando odiá-lo ou tentando redimi-lo,
em qualquer alternativa somos frustrados, seja pelas suas memórias ou pelo seu
discurso espirituoso, no entanto, o que não podemos esperar é que no meio de
tanto desprezo haja algum sentimento de culpa, não pelos que torturou e pelo
famoso jornalista que foi sua única vítima fatal, mas por aquelas a quem fez
mal indiretamente... (o leitor que não gosta que lhe contem os finais, pode
ficar feliz que não o farei, mas pode ficar frustrado porque nada mais para ele
será uma surpresa). Talvez os mais exigentes considerem esta “surpresa”
incipiente, forçada, nada original... eu digo que se enquadra bem na proposta
nada audaciosa ou realista, mas bem humorada e irônica da narrativa, dosada no
grotesco e justificada nas amarras textuais. Ao gosto contemporâneo ou
pós-moderno, como queiram. E não deixa de estar nisso uma aproximação com
aquelas primeiras memórias póstumas de nossa literatura, no humor ácido e no
encontro com o seu lado relegado em vida, que no caso dessas novas memórias, da
mesma maneira nada louváveis, leva a ver nosso ex-torturador com ares de triste
demente. Aliás, cabe bem um sujeito meio “esquizofrênico” numa narrativa
marcada de um pastiche da nossa já tão pastichizada realidade.
Lançamento do Prêmio IAP de Artes Literária –
Edições Culturais de 2012
O
Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Promoção Social e do
Instituto de Artes do Pará, promoveu o lançamento e noite de autógrafos
dos livros contemplados com o PRÊMIO IAP DE ARTES LITERÁRIAS - EDIÇÕES
CULTURAIS, com os seguintes títulos e autores: a) 666 - O tragicômico percurso
(Romance), de João Bosco Maia; b) I-Nome-Nada (Poemas), de Harley Farias
Dolzane; c) Ave Eva (Contos), de Daniel Rocha Leite, d) Amazônia, Cidade e
Cinema em Um Dia Qualquer e Ver-o-Peso (Ensaio), de Relivaldo de Oliveira; e)
Senhora de Todos os Passos (Romance), de Carlos Correia Santos; f) Crisálida
(Poemas), de Eliane Pereira Machado Soares; g) A Festa dos Mortos (Contos), de
João Loureiro Junior; h) Os vândalos do Apocalipse e Outras Histórias (Ensaio),
de Aldrin Moura de Figueiredo.
Na ocasião foi lançado o edital do
Prêmio IAP de Artes Literárias - Edições Culturais 2012, que ja
encontra-se disponivel no site do Instituto de Artes do Pará. Este
ano terá oito categorias: Romance, Poesia, Contos, Ensaio, Dramaturgia,
Memorialística, Livro-Reportagem e Infanto-juvenil.
Eliane Pereira Machado Soares (Crisálida)
Aldrin Moura de Figueiredo (Os vândalos do Apocalipse)
Aldrin Moura de Figueiredo (Os vândalos do Apocalipse)
João Loureiro Junior (A festa dos mortos)
Carlos
Correia Santos (Senhora de todos os passos)
Daniel da Rocha Leite (Ave Eva),
Harley Dolzane (I-Nome-Nada)
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Leia abaixo o I Capítulo de
Estávamos ali no início de abril do ano de 1988.
Quando a sirene anunciou com o seu terceiro apito o momento da partida, ajeitei o xale em torno do pescoço, protegendo-me do frio gelado e uivante que vinha do breu do oceano, e debrucei-me instintivamente sobre a amurada do navio. A noite, caminhando suas nove em ponto, em conformidade com a hora de saída marcada no bilhete de passagem, se espalhava imperiosa pelo mundo, permitindo apenas que as luzes amareladas e um tanto melancólicas da embarcação e dos postes do cais abrissem uma clareira e iluminassem aquele espaço destinado aos que partiam - nós que iríamos atravessar o Atlântico-, os que se despediam lá embaixo e também um pedacinho do mar que se encrespava indolente contra o muro de arrimo. O porto de Santos era enorme e moderno, mas a escuridão e o silêncio nos navios fundeados vizinhos, à frente e atrás, davam a impressão de que nos encontrávamos sozinhos naquela parte da cidade. Não havia ameaça de chuva - talvez até ela caísse mais tarde, quando já estivéssemos em pleno curso -, mas o céu estava sem qualquer estrela. Muito mais além do cais, já próximo aos primeiros edifícios, os faróis de um ou outro carro cruzavam lentos a quietude das ruas, como se fossem pequenos vaga-lumes ciscando na escuridão. Apesar do vento frio sibilante, a noite acompanhava serena a troca de aceno entre os que se despediam. Eram os derradeiros acenos – reafirmava isso agora o eco do terceiro apito.
Eu observava tudo do alto do segundo convés.
Longe de ser um daqueles transatlânticos de luxo que apareciam nas propagandas das revistas, mas de um discreto conforto, o nosso navio, já alforriado das cordas e das correntes que o ligavam às pelotas de ferro do cais, bem como da prancha por onde há pouco passara o carregador conduzindo ligeiro as malas de uma freira retardatária – oh, como elas estavam em todas! -, começava a se desgarrar do continente, obedecendo à marcha lenta dos motores e ao acalanto das águas. Eu, pelo menos, sem gestos, começava a dar adeus para sempre ao Brasil...
Ao contrário dos outros passageiros, também disputando discretamente com os cotovelos o mesmo espaço que eu naquele longo muro de ferro que circundava o convés, embora estivesse com os olhos direcionados para o povo lá embaixo, não conseguia enxergar aquela gente que gesticulava os braços e os lenços e que naquele instante começava lentamente a se desprender de fato dos que partiam para a Europa. Não conseguia enxergar aquele povo ali pois a minha visão teimava em retornar, assim como fizera por muitas vezes, em muitas noites e, dentro delas, em muitos sonhos, a um outro momento de partida na minha vida. Por ser tão semelhante na essência, ainda que fossem outras as pessoas, ainda que as roupas, as luzes, o lugar e obviamente a tecnologia que envolvia a navegação há exatos cinqüenta e oito anos fossem inteiramente diferentes, aquele momento que emoldurava os meus idos vinte e dois anos, no cais do porto da cidade de Málaga, na região de Andaluzia, na Espanha, saltava com incrível nitidez à minha frente. Ah, lá estavam as senhoras Marguerita, Analia e Marieta Sánchez, todas com o seu leque frenético ocultando-lhe a face para evitar talvez o reconhecimento público, e, bem mais atrás, vestido na sua roupa de coronel, para evitar qualquer suspeita do relacionamento com as Sánchez ou com as outras moças embutidas discretamente na segunda classe do navio, achava-se o senhor Francisco Arrigo, comandante do Exército na cidade de Málaga. Lá se achavam todos eles novamente, naquele ido começo de setembro de 1930, como uma fotografia estática mas que possuía o poder de congelar os rostos e permitir os mínimos detalhes de movimento do resto do corpo. Ah, lá estavam eles outra vez, inquilinos das minhas lembranças, nesse mesmo cais do meu passado distante, onde o funcionário público acabava de pôr fogo no óleo do último dos seis postes, enquanto o meu navio, também após o terceiro apito, começava a partir para as longínquas e pouco conhecidas Américas. Em meio ao cheiro da maré espanhola, que agora retornava às minhas narinas, longe da Calle de la Perdición, onde elas imperavam sem ter de esconder o rosto por trás de nenhum disfarce, as três Sánchez, duas senhoras e uma senhorita, permitiram-se baixar o leque e esticavam a mão negra enluvada num aceno para mim. Em pé, à porta do carro do governo, onde um motorista o aguardava, o coronel fazia o mesmo gesto.
- Com licença... – disse-me subitamente uma voz feminina atrás de mim, interrompendo-me as recordações.
A mulher me tocou o braço, enquanto eu virava, deixando o cais iluminado já a uma certa distância. Instintivamente, apertei a alça da frasqueira onde viajavam duas cartas, as minhas jóias, um cartão-postal de Málaga, meu cartão de crédito, algum dinheiro e o meu inseparável batom. Tratava-se da mesma freira que havia chegado atrasada para o embarque. Devia ter uns setenta e poucos anos; setenta e cinco, se muito. O seu rosto ovalado de pele muito morena, pontilhado por um grupo de manchas nas bochechas, estava emoldurado pelo véu negro. Atrás dos pequenos óculos redondos, os dois olhinhos pareciam se espremer em busca de alguma resposta que pareciam acreditar que estava oculta na minha face.
- Desculpe-me – tornou ela, aproximando mais de mim -, mas a senhora não é a...
- Nom – interrompi-lhe eu. – Acho que a senhora está fazendo alguma confuson – completei, apertando mais ainda a alça da frasqueira em minha mão.
- Mas é incrível... até a voz, o sotaque... tudo parece igual...
- Desculpe-me, mas acho que a senhora está me confundindo com alguma outra pessoa. Com licença, pois tenho que me recolher a meu camarote – fui-me retirando.
Sem olhar para trás e nem mais para as luzes do cais, e com a convicção de que nunca tinha visto aquela mulher na minha frente, tomei a direção da escada que conduzia ao primeiro convés, onde ficavam os camarotes da segunda-classe. De soslaio, percebi que as luzes da cidade de Santos iam encolhendo, agrupando-se mansa e irreversivelmente, como se fossem o reverso do universo em expansão, tal qual eu vira a simulação da criação de toda a matéria disseminada no espaço num desses documentários de televisão. Sim, sim, aquele era o meu “big-bang” ao contrário, do qual, ao invés de ser tragada para o núcleo, eu era penalizada a vagar errante pelo limbo de um oceano vazio...
Por sorte, a mão de um homem me salvou do meio desses pensamentos tétricos, ou impuros, como frisaria minha abuela. Vestido em seu fraque grená, ele tomou-me das mãos a frasqueira e auxiliou na descida dos meus oitenta anos ao andar debaixo.
- Por aqui, senhora – complementou solícito o funcionário da empresa de navegação.
- Muito grata – agradeci-lhe.
- Quer que eu a leve até seus aposentos, senhora?
- Muito obrigada, mas eu ainda consigo caminhar sozinha – agradeci-lhe novamente, tomando agora com os meus passos lentos a direção do meu camarote, o nº 20, onde eu havia estado durante o final da tarde, na hora marcada para o embarque e quando os carregadores alojaram ali as minhas duas malas numa prateleira na parede e um outro funcionário, vestido com o mesmo fraque do que me auxiliara há pouco na escada, vistoriava o meu bilhete de passagem. Subitamente, como se eu não tivesse o que lembrar, a imagem da recepção da tarde insistiu em ficar na minha cabeça:
- Fique à vontade, dona Lorena Sánchez – dissera ele com a mesma gentileza. – O banheiro está atrás dessa porta. A sua cama é esta da direita, a debaixo. Como o camarote não lotou, a senhora terá a companhia de apenas mais uma pessoa. Daqui para pouco deverá chegar aqui a sua companheira de viagem. Ela lhe fará companhia até à cidade de Málaga, seguindo viagem depois para a Itália. O navio larga o porto às nove horas. Enquanto isso, a senhora pode conhecer o resto das instalações, os restaurantes, as lanchonetes, as salas de jogos... Enfim, há uma gama de opções para tornar a sua viagem bem mais agradável. Se precisar de alguma coisa, nós estaremos por aqui em volta. É só chamar. Boa viagem!
Ao entrar de volta ao camarote, depois que acendi a luz, observei que havia apenas uma maleta e uma valise ao lado das minhas malas. De mais diferente daquele momento primeiro em que eu tomara o meu banho, arrumara algumas roupas nas cruzetas que eu havia julgado a mim destinadas e pusera-me a circular pelo resto do navio, esperando a hora da partida, apenas uma bíblia repousava sobre o travesseiro da cama inferior do beliche, à minha esquerda. Devagar, sentindo o leve trepidar dos motores sob meus pés, caminhei para as minhas malas e de dentro de uma delas retirei a minha camisola. A longa espera, do embarque à hora da partida, me havia deixado muito cansada. Troquei-me ali mesmo e tomei os meus compridos para pressão-alta e para dormir. Mais do que nunca, por causa da falta da convivência com minha cama macia durante os últimos vinte e dois anos, eu iria precisar desse último, ele que me acompanhara fielmente no passar desse mesmo período de pouco mais de duas décadas em que relutei sem progresso a me acostumar a dormir naturalmente durante a fase da noite. Nunca consegui mudar o meu relógio do sono, cuja corda fora ritmada desde cedo para fazê-lo apenas quando o sol despontasse.
Após engolir os dois comprimidos, fui ao vaso, urinei, retornei sem apagar a luz do banheiro e me deitei na cama indicada pelo meu anfitrião no decorrer da tarde. Ato contínuo, mastigando um saboroso e raro bocejo, embrulhei-me dos pés à cabeça e encerrei o expediente dos olhos, arriando as pálpebras e esperando o sono chegar. Lá de fora, do andar de cima, como haviam anunciado pelo sistema sonoro de comunicação, começava a chegar a música do salão de baile da primeira classe. Como estávamos sob bandeira espanhola, embora a tripulação, como eu me certificaria depois, fosse miscigenada, a música tocada era flamenca, coisa que há muito eu não escutava. Com isso, logo me vi irremediavelmente arremessada àquela noite em que, aos catorze anos, fui carregada nua sobre um belo tapete persa. A música parecia embalar o “tapete voador” cujas pontas eram sustentadas por quatro mulheres igualmente nuas. Adiante, uma outra, esta vestida à maneira malageña, rodopiava em torno do incomum andor com seu largo vestido vermelho e negro folhado, fazendo soar as castanholas que conduzia nas mãos. Com uma rosa vermelha presa aos longos cabelos negros enrodilhados num coque atrás da cabeça, ela fazia peripécias em cima de seus sapatos de salto alto e com eles extraía um som do calçamento que se harmonizava com a percussão das castanholas. Mais atrás, enquanto eu era levada por uma passarela que ligava o La Escalera ao seu leque de apartamentos ao fundo, fazendo consumir em uma das mãos um incenso indiano, dois homens comandavam o cortejo dedilhando as suas entusiasmadas guitarras. Um terceiro, dadas as peripécias que fazia com o violino e seu arco, parecia dividido em acompanhar a música e ser ao mesmo tempo parceiro da solitária dançarina. As notas da música do povo andaluz, que intimamente se ligavam à fumaça do incenso, apropriavam-se do trono da noite, depondo-lhe a rainha e promulgando naquele ligeiro espaço de tempo o apaziguamento do temor e do nervoso dentro de mim. Por uns segundos, vi-me inebriada por aquela magia e nem percebi que passava por uma guarda de seis velhos oficiais do Exército espanhol à minha direita. Dos borzeguins para cima, estavam todos nus e me reverenciavam militarmente com suas espadas à altura da testa. Fui passando, com o meu cheiro de ervas e sândalo. Conduziram-me à porta daquela que eles denominavam entre si de “suíte presidencial”, embora nenhum presidente jamais estivesse estado ali. No batente da porta, a dançarina fez os seus últimos rodopios e estancou sincronicamente os seus movimentos com os acordes das guitarras, do violino e com o som dos sapatos e das castanholas sobre sua cabeça, extraindo dessa vez um entusiasmado “olé!” da guarda de honra e das minhas inusitadas damas eunucóides.
- Faça como mamãe e vovó lhe disseram – recomendou-me ela ao meu ouvido. – Não esqueça de que o dia de hoje equivale a pelo menos um mês em que a casa ficará sem pagar a tarifa. Hoje você é rainha e pode tudo. Vá com deus – concluiu, batendo na porta. – Coronel, o seu presente chegou!
Nesse instante, a porta se abriu e eu só pude enxergar a penumbra lá dentro. As quatro mulheres me fizeram entrar, arriaram lentamente o tapete ao chão e saíram na mesma pisada, fechando a porta e deixando agora o ambiente em total escuridão; ou melhor, apenas com o pontozinho vermelho do incenso que se consumia em minha mão. Eu fiquei de joelhos e estou certa de que escutei as batidas do meu próprio coração. Mas, lá fora, os acordes dos instrumentos, tão iguais aos que tocavam nesse momento no convés acima, voltaram a se apoderar da noite. Só não escutei de volta as castanholas nem os sapatos da dançarina de vermelho – minha mãe.
Um barulho, de repente, me resgatou do passado e me trouxe a atenção para a porta do camarote. Era o som da chave rodando na fechadura. Em silêncio, sem me virar do lado da parede, nem tirar o lençol da cara, onde apenas o nariz e a boca mantinham contato com o ambiente, ouvi a minha companheira de viagem entrar. Abri levemente os olhos na intenção de enxergar através do tecido a claridade da luz; mas ela não a acendeu, preferindo talvez, para não me importunar, guiar-se pela réstia de luminosidade que escapava da lâmpada que eu deixara ligada no banheiro. Para ali, depois que lhe ouvi os leves passos se encaminharem para a prateleira de malas, a mulher se dirigiu. Escutei-lhe escovar os dentes, urinar, dar descarga no vaso e voltar para deitar-se na sua cama. Por fim, na mesma posição em que me encontrava, adormeci escutando um sibilar de lábios longínquos entre a pausa nas notas da música que vinha do alto e do meu passado. Acho que ela estava rezando.
Sobre A pedra de Babel, de Edilson Pantoja
É possível que o maior dos dilemas humanos seja a solidão involuntária. E, se o deserto lhe servir de invólucro, ou de mera sentinela, cai por terra esse resquício de incerteza, pois a aridez de ambas as partes se fundem num esmero tal que apenas a mão compadecida dos enfileirados e lentos segundos podem abrandar.
Mas daí, sem que ninguém explique, do centro dessa agonia quieta, do centro dos delírios, das miragens, dos fantasmas, das alucinações, da ossada das perguntas sem respostas, brotam os paradoxos que ganham o vento, sobem dunas, se embolam nos feixes secos de capim e chegam a movimentar, aqui, ali, acolá, passando mares, o destino das solidões das gentes de todo canto, através dos tempos. Ora, acrescentando aí o flagelo de jejum, não foi de menor solidão ou de deserto diferente que emergiu o jovem e perdido Sidarta lá pelos confins da Índia à cata de uma verdade cuja herança põe no mesmo caminho um monte de gente daquele lado de lá do planeta. Assim também passaram ali as sandálias de Gandhi. E não foi de outra férrea fundição que Zoroastro sentou as bases para que, muitos anos mais tarde, um homem chamado João, o Batista, atravessasse na cintura o alforje de sua companhia consigo mesmo e fosse clamar no deserto a vinda daquele outro, o Nazareno, o que fugiria amiúde e só para esse mesmo mar de areia, às vezes por quarenta dias e quarenta noites, subindo e descendo montanhas, e dali retornasse com nenhum trapo de resposta nos braços, mas convicto de que seu pai, a perfeição avistada das janelas dos cumes, no rebanho de estrelas, na corcova das nuvens, nas retinas tortas de uma raposa, o estava a esperar com um trono, ainda que a chave da porta fosse uma crucificação.
Todo escritor, em atividade de ofício, é a solidão por excelência. À frente, nada mais do que o grande avarandado de areia da literatura, em cujo círculo sem fim de horizonte se procurará os gravetos de palavras, em que, aquecendo a si próprio, se amparará o iminente paradoxo da criação.
Não desigual à rota de um Gautama, Lao Tse, Zaratustra, Batista, Jesus - movendo o mundo de cá -, de Maomé - articulando o mundo do meio -, e da mão do escritor em exercício de solidão, Edilson Pantoja traz o velho e solitário marinheiro, de um mar que já não existe, para confrontar-se com o deserto e aí descrever, com habilidade e tato, o encontro do mais cruel dos tormentos com o árido consolo do nada. Entre os dois, parcial sempre para o nada, ergue-se o velho farol – ou a montanha que deu escada aos efeitos da solidão do Nazareno? -, donde se projeta a visão à escassez da busca, donde se projetam os sentidos todos, que, no ápice de qualquer solidão ativa, se embaralham e lá, em geral, confusos, difusos, moldam a mão que os extrairá do suplício, seja em forma de um pai, que tira os pecados da alma do mundo, seja em forma de Adeleine, que os põe de volta no mundo da alma, mas gratifica com o mesmo suposto trono da redenção.
É assim a Pedra de Babel construída por Edilson Pantoja...
Vê-la a partir de sua construção narrativa externa que quebra os tópicos visíveis do onde, quando, por quê, quando, para quê, quem etc, não é novidade, mas Edilson Pantoja toma como poucos esse caminho mas denso, ainda que não haja árvore no deserto, para dizer de um personagem sem rosto, sem cor, sem nome, com descendência num mar que já não há, em meio a um cenário e a um tema que, em verdade, não são respectivamente as dunas e o transitar de um solitário lá fora, mas uma espiral de degraus em que descem os passos da solidão cá dentro. Compreender esse monolítico monumento a essa solidão fundida ao estéril, no seu foco interno, é se deixar aportar nesse navio sem cais, cujo único ente “vivo” a dar um sinal à âncora é um velho farol, no qual se sobe, desce, sobe... e se tenta inutilmente traduzir os inúmeros idiomas que brotam do eu e das bocas que se espraiam invisíveis além. Eis aqui, para mim, a razão do título do engenhoso romance.
E, do paradoxo dessa fusão, nasce o bom da arte literária a nós - solitários leitores por excelência.
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O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso. Basta acessar o site:
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Prezado João, embora tenhas entrado em meu blog apenas porque a porta estava aberta e não por seu conteúdo (risos), venho agradecer tua visita e apresentação de teu trabalho literário. No momento, ando sem muito tempo para interagir e até mesmo para atualizar meus espaços virtuais, mas, assim que possível, esta “amante das letras” (com pruridos de poeta), voltará para conhecer melhor teu trabalho.
ResponderExcluirUm bom fim se semana.
Abraço poético.
Eloah
Olá, vim desejar-te um lindo domingo,com uma abençoada semana, deixo também um abraço.
ResponderExcluirMeus espaços te esperam com aconchego de amiga.
http://valvesta.blogspot.com/
http://hanukkalado.blogspot.com/
serás bem vinda.
Bem, o que dizer exatamente de uma pessoa tão culta, cerebral e, sobretudo, com um dom tão especial... Seguem meus protestos da mais alta estima e consideração, referente a sua visita em meu blog. Saiba que será sempre uma honra poder contar com sua presença, pois você é um exemplo a ser seguido!
ResponderExcluirUm forte abraço.
Santiago Rodriguez
Tardiamente retribuo a visita, JOão, e fico muito feliz por não ter demorado mais, mas a vida de professora é muito ocupada! Que belo o seu espaço e as suas iniciativas literárias!
ResponderExcluirUm abraço do outro lado do Atlântico,
Isabel
«Poemas à sombra da Luz»
Olá João Bosco, obrigada por sua visita super simpática e falante .(tb sou falante d+). Como dizia o velho guerreiro, o Chacrinha, "quem não comunica se trumbica", não é João ?:) Desculpe não ter vindo antes, ando super atarefada. Ficarei por aqui, me atualizando com seus belos escritos e dando um "look" nos seus livros.
ResponderExcluirJá estou deixando,também,minhas "impressões faciais" na sua lista, tá?
Vou acrescentar seu blog a um post que fiz em 20 de agosto, intitulado "Sobre livros", que serviu de gancho para divulgar o lançamento do livro eletrônico de um amigo daqui, durante a Bienal de São Paulo desse ano.Nesse post eu sugiro uma visita aos escritores do blogspot que disponibilizam seus livros nesse louco e encantador mundo virtual... Caramba, como falei. :)
Espero que o Sarau Literário tenha sido um sucesso, o que também desejo a você.
Saudações literárias e um abraço carioca.
Ah...fecho com você quanto à sua lista de "frentistas". Ma-ra-vi-lho-sos!!!
Olá Bosco.. Quando ouvi de Juracy que ia participar de um sarau em Santa Izabel...indaguei meu amigo poeta sobre quem organizara e quem iria participar.. ele então falou-me de ti e de teu trabalho..Caríssimo.. eu ja pretendia buscar referências tuas e ainda ..fazer a leitura de teus textos.. Obrigada pela visita.. se puder.. siga-me e te seguirei.. rsrs(umpimentos blogueiros a parte..)
ResponderExcluirentrarei em contato contigo tão logo eu possa ler algum de seus livros.. gde abraço . Wanda Monteiro
João, vc está de parabéns pelo belo blog que tem um contéudo muito interessante.
ResponderExcluirabraço
João,
ResponderExcluirencontrei um tesouro na internet. O seu blog.
Voltarei para saber tudinho de você. Já, já!
Iram
Cara. Valeu pelo comentário. Se vc começou a ler o livro espíriros indomáveis só no blog espíritos indomáveis mesmo, se deve ter reparado nas centenas d erros gramaticais nele. Eu tenho q mexer naquele blog e atualizar o livro. Meu livro tá mais corrigido e bem escrito no blog Jovem Sonhador onde também tá disponível pra baixar. Vo da uma lida ae tb nos seus livros, devo t seguir tb. Abraços.
ResponderExcluirParodiando Chico Buarque, meu caro amigo. Me perdôe por favor. Somente agora estou podendo escrever para os meus amigos. Desculpe-me pela ausência, havia deixado por uns tempos o blog, pura falta de tempo. Bem, retornei e agora podemos trocar informações literárias. Grande abraço da Rosaninha.
ResponderExcluirOlá João. Vim retribuir sua visita ao Arca e conhecer o seu espaço. Espero, de coração, que tenha sempre muito sucesso na sua vida de escritor. Tudo aqui é muito interessante e voltarei com mais calma, em época mais apropriada para dar a devida atenção à sua criação. Grande abraço e feliz Natal.
ResponderExcluirOi João! Fiquei muito feliz com a tua visita, o teu comentário e, principalmente, por teres te tornado seguidor do nosso humilde espaço. Isso somente aumenta a minha responsabilidade de melhorar tudo aquilo que crio e escrevo. espero que voltes mais vezes, pois será sempre um prazer renovado. Eu, particularmente, aqui voltarei mais vezes, pois além de teres um espaço interessante e bastante aconchegante, tomei a liberdade de me fazer teu seguidor, até quando permitires, é claro.
ResponderExcluirQuanto ao post, achei a ideia da abertura do memorial muito boa, pois é uma forma de preservar o passado de luta do bravo povo paraense.
Abraços e um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo repleto de realizações.
Furtado.
Olá, João, passei por aqui apressadamente, afinal hoje é Natal, mas, voltarei com mais vagar . Muita coisa interessante para ser lida. Deixo-lhe um abraço!
ResponderExcluirVim agradecer seu registo no meu blogue e
ResponderExcluirdesejar Boas Festas.
Iremos nos encontrando.
Um abraço/Irene
preciosas fotos de artesania
ResponderExcluir¡¡¡feliz año nuevo!!!
un abrazo
Marina
Muito obrigada pela visita!
ResponderExcluirSeguindo-te também!
Bjs!
Feliz Natal!
Agradeço o seu gentil convite. Vim em tuas águas pescar palavras para dar vida eterna a esses instantes virtuais, às vezes tão efêmeros, e criar um ritual de pesca duradouro. Feliz festa para o encontro do novo ano.
ResponderExcluirUm abraço.
Olá
ResponderExcluirEstou a reciprocar e agradecer a visita dum escritor a sério ao meu blog. Terei muito gosto em ir explorando os livros.
Daniel
Un saludo, muchas gracias por venir y seguir.
ResponderExcluirAndri
Ps: FELICES FIESTAS!!
Un precioso blog y linda artesanía, me ha gustado pasar por tu casam te doy las gracias por tu visita y te dejo mi mejores deseos para que el año que comienza sea estupendo
ResponderExcluirUn abrazo
Stella
Parabéns pelo blog! Ótimo conteúdo. Fica o convite para que também visite o meu: http://olhodeprosa.blogspot.com. Um abraço!
ResponderExcluirolá!
ResponderExcluirNobre Escritor-Poeta, obrigada pela visita e palavras carinhosas deixadas no Adiemus, adorei seu espaço e com certeza voltarei.
ResponderExcluirUm grande beijo
Sucesso!
Mara Bombo
parabéns pelo blog, belíssimo...
ResponderExcluiradorei esse cantinho acolhedor, voltarei! :*
A arte é linda... Voltarei depois, para ler com calma.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Estou lhe seguindo.
João...olá...
ResponderExcluirvenho lhe convidar para, comemorar comigo durante esse mês o aniversário de 2 anos do Blog "Reflexões"...
Sua presença para mim será motivo honra, e alegria....!!!
Te aguardo por lá...
Grande Abraço...
Olá João Bosco, cheguei, na verdade, não sei como, mas já de cara adorei teu blog.
ResponderExcluirCom sua licença vou ficar, ok ???
abraços
Oi, passando para desejar um feliz ano novo.
ResponderExcluirOlá Joao!
ResponderExcluirMuito obrigada pela visita e seja muito bem-vindo lá no meu blog!
Adorei conhecer o teu espaço,sou apaixonada por livros e pela literatura, mesmo que atualmente nao possa me dedicar da maneira que eu gostaria (compulssiva, obsessiva...rsrsrsr) para a leitura prazerosa...no momento tenho que dar conta das acadÊmicas.
Gostei muito da história que você comentou, me parece super interessante e já me despertou curiosidade!
Com certeza voltarei!
Saludos
Mônica
barcelonamiamor.blogspot.com
Muito obrigada pelo carinho!
ResponderExcluirAgora te acompanho aqui!
Olá! gostei muito dos seus textos, encontrei seu blog
ResponderExcluirnua lista de um amigo, já sou seu seguidor. E adorei
o desgner do seu cantinho.
vou colocar em meu blog, um direcionamento do seu
link para que através de suas atualizações eu esteja te
acompanhado. bjos e abraços.
Olá, João!
ResponderExcluirEntrei para desejar-lhe um óptimo 2011 cheio de muita inspiração e de sonhos realizados. Queria também deixar um pensamento talvez tolo, mas interessante para quem gosta de questionar o legado dos nossos antepassados:
Acabámos de celebrar o Natal e... sabia que o Natal não existe? Curioso, não é?
Pois: o Natal foi inventado pela Igreja para “cristianizar” as festas pagãs em honra dos deuses solares, Mitra e outros, que se celebravam, por todo o império romano, ao redor do solstício de Inverno, como início do renascimento para uma vida nova, a da Primavera. Teve o seu aparecimento no s. IV, na Igreja Ocidental (25 de Dezembro – calendário Gregoriano) e no s. V na Oriental (7 de Janeiro – calendário Juliano). A narrativa do nascimento de Jesus de Mateus, ampliada por Lucas (nada sendo referido nem em Marcos nem em João), uma e outra são puras invenções sem qualquer credibilidade histórica nem qualquer verosimilhança (No inverno, os pastores não dormem ao relento...) Portanto, o Menino Jesus do catecismo não existiu. Muito menos o Deus Menino! E o mundo inteiro festeja algo de inexistente... Dá que pensar, não dá? (Ver mais no meu blog “Em nome da Ciência” cujo acesso é: http://ohomemperdeuosseusmitos.blogspot.com)
Agora, associando-me ao luto de nossos irmãos brasileiros e fazendo votos para que semelhantes tragédias não voltem a acontecer aí no país irmão, uma outra ideia: apesar das catástrofes que vão acontecendo pelo mundo, com muita probabilidade provocadas pelas alterações climáticas e ambientais devidas à acção do Homem, o mesmo Homem, através dos seus governos subjugados aos interesses económico-financeiros de alguns (5% da população mundial, isto é, os que detêm 95% da riqueza produzida à face da Terra), não vai pôr-lhe cobro; preferirá assistir a novas catástrofes em que, como de costume, os mais fracos e pobres são os que irão continuar a sofrer. Inutilmente! Há que lutar para mudar estes sistemas e estes modelos não só políticos mas também económico-financeiros. Como? – Ver no meu blog “Ideias-Novas” cujo acesso é: http://ummundolideradopormulheres.blogspot.com
Francisco Domingues
Olá JOÃO, Obrigado por me seguir.
ResponderExcluirvai ser um prazer está acompanhando o seu blog,
muito bom por sinal, bons textos e um designer elegante.
vale realmente conferir, fico feliz por me seguir.
vou colocar em meu blog, um direcionamento do seu
link para que através de suas atualizações eu esteja te
acompanhado.
luz na sua vida e que a troca de experiências seja ótima
para ambos.
OLA jOAÕ,PASSEI POR AQUI PARA CONHECER SEU BLOG,E ADOREI,SEUS TEXTOS,,J me filiei ao seu blog,
ResponderExcluirconvido-o para se possivel dar uma passadinha para conhecer,meus blogs ficaria muito honrrada,,
(mentoresdeluz.blogspot.com)
(aosolhosdaalma.blogspot.com)obrigada por sua atenção,marlene
Joãoobrigada por sua atenção por sua visita e pelo comentario,seja muito bem vindo ,e volte sempre
ResponderExcluirtenha um ótimo dia ,,abraços marlene
Obrigada por seguir! Bju
ResponderExcluirPoxa, que blog bacana! Cheio de cultura!
ResponderExcluirAmei tudo aqui!
Um super beijo!
Olá João, Gostamos muito da sua visita em nosso blog. seja sempre bem vindo. Por outro lado, será um grande prazer conhecer seus livros e seu trabalho como todo. Estaremos livre pra ler suas obras e comentá-las como você tb.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Obrigado pela visita, espero ler um livro seu para coversarmos.
ResponderExcluirNão tenho muito tempo de ficar atualizando blog (também não me dou compromisso), mas gotaria que você sempr me desse um toque de algum evento ou trabalho seu.
Até, e um grande abraço literário.
Gostei do blog já to seguindo abraços.
ResponderExcluirOlá João, que honra ter você seguindo meu humilde blog, pelo visto temos gostos e pontos de vista semelhantes, mas seu curriculo é muito mais extenso que o meu. Grato por tamanha lisonja. Forte abraço!
ResponderExcluirJoão Bosco, meus parabéns!!!
ResponderExcluirBaixei e li As cartas do Robledo e as Memórias do torturador. São dois belos romances. A profundidade do segundo é extraordinária. Você faz um profundo passeio psicológico na alma humana. Estou te recomendando para os bons leitores. Parabéns! Como faço para ler o Folhetim?
João, obrigada por fazer parte do meu INFINITO.
ResponderExcluirSeja bem-vindo, amigo.
Também estarei por aqui.
Abraços
Sou novo no blog e queria parabenizá-lo pelo conteúdo do espaço. Estou seguindo!
ResponderExcluirhola como estas queria felicitarte por tu blog ns vemos y te deseo la mejor de tus surte
ResponderExcluirBom dia!!
ResponderExcluirAdorei seu blog!!
Obrigada pela visita!!
Seja Bem-Vindo!!
Beijos!
Bom final de semana!!
Excelente resenha! Muito bem escrita! Estou ficando surpreso com a quantidade de blogs sobre literatura que existem por aí!
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho!
Olá meu querido, estou passando aqui pra dizer que gostei muito do seu blog e convidá-lo a visitar o meu:
ResponderExcluirhttp://lagrimadoinocente.blogspot.com
Obrigado João pelo contato...Estou estudando bastante por isso demorei pra responder.assim q tiver um tempo aqui vou dar uma olhada nos seus livros. Boa sorte aí...Gd abraço.
ResponderExcluirselmer
Passando para desejar um maravilhoso domingo de páscoa para você e todos os seus, cheio de amor e alegria.
ResponderExcluirGrande beijo
Ani
Olá, convido a participar do meu blog, com novo endereço: http://praxisreflexiva2.blogspot.com/
ResponderExcluirEstou encantada e sem palavras...
ResponderExcluirBoa noite João, aqui encontrei o paraíso saiba disso.
Um grande abraço por finalizar tão belamente meu domingo encontrando
Você com essas publicações preciosas.
Caro João,
ResponderExcluirEm nome do Palavras de Ontem, agradeço seu comentário no programa da Cultura e divido consigo nossa retribuição.
http://palavrasdeontem.blogspot.com/2011/07/palavras-de-ontem-no-radio.html
Abraços,
J.Mattos
Olá, João Bosco, minha casa sua casa, és sempre bem-vindo, pois, sua visita trará alegria, sinta-se a vontade, obrigada pelo carinho retribuo seguindo seu blog que esta lindo...
ResponderExcluirBoa noite! Sejas bem vindo!!! ;)
ResponderExcluirSalve João, gostei do seu blog e, inclusive, ele já foi adicionado a lista dos meus favoritos. Espero conhecer o seu trabalho em breve. Um forte abraço querido!
ResponderExcluirHelanny Torres
http://tabloidedahelanny.blogspot.com/
Olá, João Bosco! Muito bacana teu blog, parabéns! Digliane.
ResponderExcluirBoa noite, João Bosco. Por favor, visite o meu blog http://mensagemaosespiritas.com/
ResponderExcluirLá tem uma mensagem exclusiva para você, ok!
Espero que aceite o convite e continuem a divulgação.
Você está me seguindo no Blog Bosque das Águas
http://bosquedasaguas.blogspot.com/
Obrigada e abraço fraterno, Vânia
Uma semana abençoada...
Beijos de luz, Vânia.
--
...traigo
ResponderExcluirsangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
COMPARTIENDO ILUSION
JOAO BOSCO
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE FLOR DE PASCUA ENEMIGOS PUBLICOS HÁLITO DESAYUNO CON DIAMANTES TIFÓN PULP FICTION, ESTALLIDO MAMMA MIA, TOQUE DE CANELA ,STAR WARS,
José
Ramón...
OI JOÃO!
ResponderExcluirAGRADEÇO SUA VISITA EM MEU BLOG.
LI SUS POSTAGENS, VOLTAREI PARA NOVAS LEITURAS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com/
Que alegria vir aqui! Iluminadoseu blog! Abraços.
ResponderExcluirPassa lá no meu: www.ludugero.blogspot.com, se gostar e quiser me seguir, vou gostar de ter por lá seus coments! Abração.
João
beleza e arte andam de mãos dadas no seu blog ao longo de todos os posts...adorei ter tido a sorte de encontrar um espaço tão aconchegante...estou seguindo, se puder seguir também eu ficaria grato.
ResponderExcluirwww.paullolenore.blogspot.com
parabéns pelo blog ja estou te seguindo se puder me da uma opinião sobre o meu desde ja eu agradeço...bjs
ResponderExcluirOi João com muita felicidade e orgulho venho aqui conhecer seu trabalho. Escritor como você o mundo precisa conhecer!
ResponderExcluirParabéns. Simplesmente sensacional!!!
Forte abraço do Osmar.
Belissímo trabalho digno de aplausos. Amei o seu trabalho literário, adorei as crônicas, enfim encantada com seu blog.Aroveitar e lhe desejar uma linda noite, beijos carinhosos
ResponderExcluirBom dia!
ResponderExcluirGostei muito do seu blog e de suas postagens.
Com certeza voltarei muitas vezes.
Grande abraço
se c uida
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFiquei feliz com sua visita ao meu blog. Essas trocas de leituras e comentários virtuais são fundamentais e estimulantes. Parabéns pelos seus escritos. beijos
ResponderExcluirOlá João Bosco! Vim agradecer a visita epor seguirmeu blog. tb vou seguir o seu. Gostei muito de vir aqui.Voltareicommais calmapara ler suas postagens. Abraços.
ResponderExcluirOlá uma boa noite pra você,vim conhecer seu Blog
ResponderExcluire adorei tudo muito bonito por aqui,parabéns pela
bela postagem,desejo que seu domingo seja bem
alegre..Abraços com carinho Rita!!
Bom texto
Venha me visitar!
http://cantinhovirtualdarita.blogspot.com.br/
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Feliz fin de semana!
★MaRiBeL★
Otimas informações!
ResponderExcluirBela postagem.
Bom dia.
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●Feliz Fin De Semana●
★MaRiBeL★
Tem um presente no Poesias e poemas pra você,
ResponderExcluirpassa por lá que estou te esperando. Um abraço!
Parabéns, vou voltar pra ler o restante desse primeiro cap.
ResponderExcluirOi amigo, tudo bem? Vim visitar teu
ResponderExcluirblog e aproveito para dizer que
voltei a postar em meu blog. Convido-te
a fazer uma visitinha, pois estás
fazendo muita falta. Aguardo-te.
Abraços do amigo Bicho do Mato.
Oi amigo, tudo bem? Sou o Marcos, administrador do Blog do Bicho do Mato e venho, através deste comentário, lhe convidar para o Primeiro Concurso de Poesias, "Pena de Ouro" do Blog do Bicho do Mato, que será realizado de 20 a 30 de abril de 2013. Ficarei muito honrado com sua participação que será muito importante para o êxito deste evento.
ResponderExcluirPara ler o regulamento, clique neste LINK. Conto com sua presença.
Grato pela atenção.
Grande abraço do amigo Marcos. Até mais.
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__________ ▓▓▓▓▓▓▓▓▓__________ ¡Feliz. Año. Nuevo!
Espero que que el año que comienza sea un año lleno de éxitos.
B. E. S. O. S... ★MaRiBeL★
NOVO OLHAR SOBRE A MATEMÁTICA, Jornal Beira do Rio, UFPA, Abril 2011,
ResponderExcluirwww.jornalbeiradorio.ufpa.br/novo/index.php/2011/124-edicao-93--abril/1189-novo-olhar-sobre-a-matematica
MÁRIO SERRA - ENGENHEIRO, MATEMÁTICO E AMAZÔNIDA, Jornal Beira do Rio, UFPA, Ano XXVIII Nº 120. Agosto e Setembro de 2014,
http://www.jornalbeiradorio.ufpa.br/novo/index.php/2014/152-2014-08-01-17-25-17/1618-2014-08-04-14-34-28
ALGUMAS MULHERES DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E QUESTÃO DE GÊNERO EM C & T.
http://sitiodascorujas.blogspot.com.br/2013/06/mulheres-na-matematica.html
CONSTANTINO MENEZES DE BARROS I - MATEMÁTICO QUE LIGA O PARÁ/BR AOS MAIORES CENTROS DO MUNDO E COMPARÁVEL AOS GRANDES ÍCONES DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA (II a V não publicados, disponível por e-mail), (Óbidos-Pa, 19/08/1931, Rio de Janeiro-RJ, 06/03/1983), Ex-Docente UFF e UFRJ,
www.chupaosso.com.br/index.php/obidos/educacao/2149-vida-e-obra-de-constantino-menezes-de-barros
PROFESSORA SANTANA: Candidata a Melhor Docente do Ensino Básico Paraense, Blog Chupa Osso, 23 Junho 2013, www.chupaosso.com.br/index.php/obidos/educacao/2453-proessora-santana-candidata-a-melhor-docente-do-ensino-basico-paraense
SABER MATEMÁTICO E CULTURA INDÍGENA, blogue da AICL, 20 de Setembro de 2011,
http://coloquioslusofonia.blogspot.com.br/2011/09/saber-matematico-e-cultura-indigena.html
PAIRÉ CAMETAENSE: UMA BELA OBRA EM MATEMÁTICA E ENGENHARIA (não publicado, disponível por e-mail: jbn@ufpa.br)
CONHEÇA MARIA LAURA MOUZINHO LEITE LOPES, UMA DAS PRIMEIRAS DOUTORAS EM MATEMÁTICA DO BRASIL!,
http://encontrodejovenscientistas.com/2015/02/02/conheca-maria-laura-mouzinho-leite-lopes-uma-das-primeiras-doutoras-em-matematica-do-brasil/
NASCIMENTO, J.B., GOMES, S.C. L., MAGNO, C. S. E MOREIRA, A. M. S. , CICLOIDE E BRAQUISTÓCRONA, www.sobralmatematica.org/preprints/preprint_2015_01.pdf, acesso fev/15